sexta-feira, 24 de maio de 2013

Dança da invenção



A dança da invenção
Misturando cores a sabores
Sons a sensações
Visando a vista do imperfeito
Pairando o céu da juventude
Como um cego tolo que se ilude
Ao mostrar falsa verdade
Escondida por entres os galhos
Que beleza queres me guardar?
Estranho perceber o saber de um bom discurso
Bastam-me palavras
Falta-me coragem
Eu me vejo-me a mim mesmo em falso desespero
Ao especular a realidade
É cruel imaginar um mundo perfeito
Onde só exista amor
Por hora contenho-me
E agradeço-lhe por me entender
Não faço parte de nada
Mas sei o que cada coisa significa
Complicado se diz aquele que sabe o que quer
Mas não sabe por onde começar
E assim vou dançando
Entre chuvas e noites
E dias de sol
Que eu possa guardar da tua essência
Cada gota que brota em minha memória
Numa caixinha velha e valiosa
Assim como o medo que me cerca
E não me deixa mais sair de mim
Um coração que bate
Bate com vontade
Como as batatas
E os cachorros que latem
Assim como as efémeras mortes que não notamos
Mas isso pertence a nossa realidade?
Senhor, Senhora, Senhorita, senha
Não precisamos do que temos
E por assim dizer, não temos o que precisamos
Buscamos precisar de ter
Mas não tendo que precisar de tanto
Mesmo que para precisar façamos de tudo
Acabamos contradizendo o nosso querer em buscar nosso ser.

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